Edinho continua a marcar na ternura dos 40


Completa este mês 41 anos e, quase 18 anos depois de ter chegado a Portugal e ao Algarve, Edinho continua a marcar golos, agora ao serviço do clube para o qual veio e cuja camisola veste apenas no fim da carreira, o Farense.
“Cheguei a Portugal através do Gil, que actuou pela selecção do Brasil no Mundial de 78, naArgentina. Ele jogou no Farense e o treinador, Paco Fortes, pediu-lhe, aquando das férias, para no regresso trazer um defesa e um avançado. Vim eu e o Stefan, antigos colegas no Avaí, de Santa Catarina”, recorda Edinho.

No S.Luís, o avançado não teve a oportunidade que desejava. “Participei em alguns jogos da pré temporada e os meus desempenhos até foram bem agradáveis. Porém, na altura cada clube só dispunha da possibilidade de inscrever quatro estrangeiros (jogando três, no máximo, em simultâneo) e as portas fecharam-se...” Valeu, para Edinho, que responsáveis do Olhanense aperceberam-se das suas qualidades nos jogos de preparação realizados com a camisola dos vizinhos de Faro. “Sabiam dos problemas para ser inscrito, convidaram-me e aceitei.” Em Olhão (onde viria a constituir família), Edinho iniciou um percurso em Portugal e na Europa que “representa um enorme motivo de orgulho.” Na primeira época em terras lusas, de rubro-negro vestido, deu um sinal claro das suas qualidades: cotou-se como o melhor marcador da equipa e ajudou o Olhanense a subir à Liga de Honra. Curiosamente, viria a repetir tais feitos no vizinho Portimonense.

LEÃO SEM JOGAR...


Seguiu-se uma breve mas bem sucedida passagem por Chaves, que despertou a obiça do Sporting. Edinho assinou pelos eões quando Sousa Cintra era presidente as entretanto a liderança do clube passou para as mãos de Pedro Santana Lopes o avançado brasileiro nunca chegou a estir de verde e branco: viu-se envolvido o negócio da ida dos médios Pedro Barbosa e Pedro Martins para Alvalade rumou a Guimarães, tal como sucedeu rasileiro Edinho continua
a marcar na ternura dos 40 cm Capucho e Ramirez. Curiosamente, o itória minhoto tentara antes negociar a sua transferência com o Chaves mas sem ucesso... O dianteiro passou por Inglaterra pela Escócia antes de voltar a Portugal, epresentando diversos clubes, com curiosidade de repetir as passagens por ortimonense e Olhanense – aqui festejaria nova subida (a terceira) à Liga de honra.

Agora representa o Farense, completando um percurso que o levou a competir em todos os escalões do futebol português, desde o patamar superior aos distritais. Continua a marcar golos... pagando uma dívida de gratidão. “O Farense abriu-me as portas do futebol português, da Europa. Infelizmente, não pude ficar no clube, devido às restrições existentes. Passados 17 anos recebi um novo convite e nem pensei duas vezes: não haveria como dizer não...”, revela o jogador, que deixou o Campinense, rumo a Faro, quando tinha em carteira “várias propostas de clubes da 3ª Divisão”, motivando, quase aos 41 anos, ainda grande cobiça.
Já no ocaso da carreira, Edinho soma outro motivo de orgulho: veste, no seu percurso, as camisolas dos três clubes com maior historial no Algarve. “É uma satisfação grande. E maior será se, como espero, no final da época festejar a subida pelo Farense, repetindo momentos idênticos já vividos ao serviço do Olhanense e do Portimonense.”

ENTUSIASMO E AMOR

O que faz correr o quarentão Edinho? “Continuo a gostar muito de jogar, de trabalhar todos os dias... Sinto um prazer imenso e cuido-me muito para, no campo, dar a melhor resposta possível. O futebol foi para mim uma forma de ganhar a vida mas, mais do que isso, é uma paixão, um amor. Quem me vê actuar apercebe-se disso.”

À medida que os anos passam “perdem-se algumas qualidades – o poder de arranque deixa de ser o mesmo, por exemplo – mas ganham-se outras. O sentido posicional e a capacidade de aproveitar os erros dos adversários melhoram com o tempo. E os golos continuam a surgir...”
Edinho Júnior, o filho mais velho, completa 14 anos no próximo mês e tem a ‘pinta’ do pai, destacando-se no ataque dos iniciados do Olhanense, a rubricar excelente campanha no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Edinho ainda não desistiu do sonho de jogar ao lado do seu rebento. “Daqui a três anos talvez isso seja possível...” graceja, admitindo que o fim da carreira pode não estar para breve.

“Nesta fase da minha vida, faço um balanço no final de cada época. Se achar que tenho condições e que o entusiasmo se mantém, não desistirei...” O filho mais novo, Miguel, também joga f utebol mas, ao contrário do pai e do irmão, ambos atacantes, joga no meiocampo. Integra os infantis do Olhanense.



Edon Amaral Neto (Edinho) nasceu em Maceió, capital do Estado de Alagoas, no Nordeste brasileiro, e representou os seguintes clubes: No Brasil: Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), Centro Sportivo Alagoano (CSA), ambos de Alagoas, Avaí, de Santa Catarina, e S.José, de S.Paulo. Em Portugal: Olhanense (90/91 e 91/92; 03/04 e 04/05); Portimonense (92/93 e 93/94; 98/99, a partir de Março e até ao fim da época); Chaves (94/95); Vitória de Guimarães (95/96 e 96/97, até Fevereiro); União de Lamas (99/00); Vizela (00/01, 01/02 e 02/03); Portossantense (05/06, até Dezembro); Juventude de Évora (05/06, a partir de Janeiro, e 06/07, até Dezembro); Campinense (06/07, a partir de Janeiro, e 07/08, até Dezembro); Farense (07/08, a partir de Janeiro). Na Inglaterra: Bradford (96/97, a partir de Fevereiro, 97/98 e 98/99, até Novembro). Na Escócia: Dunfermline (98/99, a partir de Novembro e até Março). Principais feitos: Campeão Nacional da Zona Sul da 2ª Divisão em 90/91 (Olhanense), 92/93 (Portimonense) e 03/04 (Olhanense); melhor marcador da Liga de Honra (16 golos em 93/94, pelo Portimonense); melhor marcador da 2ª Divisão (33 golos em 00/01, pelo Vizela); melhor marcador da Zona Sul da 2ª Divisão (22 golos pelo Olhanense, em 03/04); terceiro melhor marcador da 1ª Divisão (15 golos em 95/96, pelo Vitória de Guimarães). Participou na Taça UEFA com a camisola do Vitória de Guimarães.


Fonte: Revista da AFA Mês Fevereiro

1 comentário

Unknown disse...

Força Edinho!

Contamos contigo.

Ferreira

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