Edinho continua a marcar na ternura dos 40
Completa este mês 41 anos e, quase 18 anos depois de ter chegado a Portugal e ao Algarve, Edinho continua a marcar golos, agora ao serviço do clube para o qual veio e cuja camisola veste apenas no fim da carreira, o Farense.No S.Luís, o avançado não teve a oportunidade que desejava. “Participei em alguns jogos da pré temporada e os meus desempenhos até foram bem agradáveis. Porém, na altura cada clube só dispunha da possibilidade de inscrever quatro estrangeiros (jogando três, no máximo, em simultâneo) e as portas fecharam-se...” Valeu, para Edinho, que responsáveis do Olhanense aperceberam-se das suas qualidades nos jogos de preparação realizados com a camisola dos vizinhos de Faro. “Sabiam dos problemas para ser inscrito, convidaram-me e aceitei.” Em Olhão (onde viria a constituir família), Edinho iniciou um percurso em Portugal e na Europa que “representa um enorm
e motivo de orgulho.” Na primeira época em terras lusas, de rubro-negro vestido, deu um sinal claro das suas qualidades: cotou-se como o melhor marcador da equipa e ajudou o Olhanense a subir à Liga de Honra. Curiosamente, viria a repetir tais feitos no vizinho Portimonense.
LEÃO SEM JOGAR...
Seguiu-se uma breve mas bem sucedida passagem por Chaves, que despertou a obiça do Sporting. Edinho assinou pelos eões quando Sousa Cintra era presidente as entretanto a liderança do clube passou para as mãos de Pedro Santana Lopes o avançado brasileiro nunca chegou a estir de verde e branco: viu-se envolvido o negócio da ida dos médios Pedro Barbosa e Pedro Martins para Alvalade rumou a Guimarães, tal como sucedeu rasileiro Edinho continua
a marcar na ternura dos 40 cm Capucho e Ramirez. Curiosamente, o itória minhoto tentara antes negociar a sua transferência com o Chaves mas sem ucesso... O dianteiro passou por Inglaterra pela Escócia antes de voltar a Portugal, epresentando diversos clubes, com curiosidade de repetir as passagens por ortimonense e Olhanense – aqui festejaria nova subida (a terceira) à Liga de honra.
Agora representa o Farense, completando um percurso que o levou a competir em todos os escalões do futebol português, desde o patamar superior aos distritais. Continua a marcar golos... pagando uma dívida de gratidão. “O Farense abriu-me as portas do futebol português, da Europa. Infelizmente, não pude ficar no clube, devido às restrições existentes. Passados 17 anos recebi um novo convite e nem pensei duas vezes: não haveria como dizer não...”, revela o jogador, que deixou o Campinense, rumo a Faro, quando tinha em carteira “várias propostas de clubes da 3ª Divisão”, motivando, quase aos 41 anos, ainda grande cobiça.
veste, no seu percurso, as camisolas dos três clubes com maior historial no Algarve. “É uma satisfação grande. E maior será se, como espero, no final da época festejar a subida pelo Farense, repetindo momentos idênticos já vividos ao serviço do Olhanense e do Portimonense.” ENTUSIASMO E AMOR
O que faz correr o quarentão Edinho? “Continuo a gostar muito de jogar, de trabalhar todos os dias... Sinto um prazer imenso e cuido-me muito para, no campo, dar a melhor resposta possível. O futebol foi para mim uma forma de ganhar a vida mas, mais do que isso, é uma paixão, um amor. Quem me vê actuar apercebe-se disso.”
À medida que os anos passam “perdem-se algumas qualidades – o poder de arranque deixa de ser o mesmo, por exemplo – mas ganham-se outras. O sentido posicional e a capacidade de aproveitar os erros dos adversários melhoram com o tempo. E os golos continuam a surgir...”
Edinho Júnior, o filho mais velho, completa 14 anos no próximo mês e tem a ‘pinta’ do pai, destacando-se no ataque dos iniciados do Olhanense, a rubricar excelente campanha no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Edinho ainda não desistiu do sonho de jogar ao lado do seu rebento. “Daqui a três anos talvez isso seja possível...” graceja, admitindo que o fim da carreira pode não estar para breve.
Edon Amaral Neto (Edinho) nasceu em Maceió, capital do Estado de Alagoas, no Nordeste brasileiro, e representou os seguintes clubes: No Brasil: Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), Centro Sportivo Alagoano (CSA), ambos de Alagoas, Avaí, de Santa Catarina, e S.José, de S.Paulo. Em Portugal: Olhanense (90/91 e 91/92; 03/04 e 04/05); Portimonense (92/93 e 93/94; 98/99, a partir de Março e até ao fim da época); Chaves (94/95); Vitória de Guimarães (95/96 e 96/97, até Fevereiro); União de Lamas (99/00); Vizela (00/01, 01/02 e 02/03); Portossantense (05/06, até Dezembro); Juventude de Évora (05/06, a partir de Janeiro, e 06/07, até Dezembro); Campinense (06/07, a partir de Janeiro, e 07/08, até Dezembro); Farense (07/08, a partir de Janeiro). Na Inglaterra: Bradford (96/97, a partir de Fevereiro, 97/98 e 98/99, até Novembro). Na Escócia: Dunfermline (98/99, a partir de Novembro e até Março). Principais feitos: Campeão Nacional da Zona Sul da 2ª Divisão em 90/91 (Olhanense), 92/93 (Portimonense) e 03/04 (Olhanense); melhor marcador da Liga de Honra (16 golos em 93/94, pelo Portimonense); melhor marcador da 2ª Divisão (33 golos em 00/01, pelo Vizela); melhor marcador da Zona Sul da 2ª Divisão (22 golos pelo Olhanense, em 03/04); terceiro melhor marcador da 1ª Divisão (15 golos em 95/96, pelo Vitória de Guimarães). Participou na Taça UEFA com a camisola do Vitória de Guimarães.
Fonte: Revista da AFA Mês Fevereiro
Deixe um comentário