Júniores derrotados na deslocação à Madeira
Esperava-se para este jogo, uma superioridade do Nacional face à disparidade dos valores em cômpita e aí, o conjunto madeirense teve o mérito de não complicar a sua tarefa, actuando em velocidade e com intencionalidade. Embora sem fazer uma exibição de “encher o olho”, os alvi-negros mostraram ter um jogo
padronizado, denotando trabalho na circulação de bola. Por seu turno, o Farense com um lote de jogadores muito jovens, mostrou muito empenho, mas pouca qualidade, o que perante o poderio dos madeirenses, se revelou manifestamente insuficiente para evitar um resultado pesado. O Nacional entrou bem no jogo, exercendo forte pressão junto à área dos algarvios. Logo aos 5’, após um canto de Kevin Boum o Nacional esteve muito perto de inaugurar o marcador, mas o desvio, de cabeça, por parte de Ricardo Fernandes saiu ligeiramente ao lado. Dois minutos volvidos, foi Vítor a negar o golo a Abel.O Farense não conseguia “estancar” a intensidade do Nacional e aos 15’, voltou a passar por um forte susto. Até que, quando o cronómetro assinalava os 20’ de jogo, o bracarense José Silva entendeu ser passível de grande penalidade, um lance onde interveio o central Calado por mão na bola, subsistindo muitas dúvidas nessa análise. Alheio a esse factor, Ricardo Fernandes inaugurou o marcador. Estava feito o mais difícil. O Nacional manteve a mesma toada e aos 31’, foi Vítor em grandes dificuldades, que negou o golo a Ricardo Fernandes após um livre directo cobrado por este. Apenas aos 37’, o Farense logrou criar algum perigo, após uma incursão pela ala direita. Contudo, ainda antes do intervalo, o Nacional voltou a facturar, por Vinícius Souza de cabeça, após um centro bem medido de Nuno Andrade.
A etapa complementar foi em largos períodos mais monótona, com o Nacional a controlar os acontecimentos com os algarvios a não mostrarem argumentos para tentar inverter a situação adversa em que se encontravam.
Apenas nos derradeiros minutos o jogo voltou a conhecer alguma emoção. Primeiro num livre muito bem trabalho, que esteve na origem do golo de belo efeito, por Ricardo Fernandes que acabou por finalizar uma tarde para não esquecer, ao converter com grande classe, uma outra grande penalidade, esta a não despertar muitas dúvidas.
Em suma, foi uma vitória clara e tranquila do conjunto alvi-negro, que mostrou outra qualidade, quer física quer técnica, que o seu antagonista, vencendo de forma clara e inequívoca. Resta pela frente muito trabalho e uma missão espinhosa ao marroquino Hassan para evitar a descida de divisão.
Ivo Vieira (treinador do Nacional): “Estou satisfeito com o resultado em si, mas não tão satisfeito com a qualidade de jogo. Volto a frisar, que se me querem cá, defendo a promoção do bom futebol, com coragem para “gostar” da bola. É isso que eu defendo para jovens desde os 12 até aos 18 anos, pois só com qualidade é que podem integrar um plantel profissional. Este resultado poderá servir como “mola” impulsionadora, para o que eu pretendo”.
Hassan Nader (treinador do Farense): “Já sabíamos que teríamos muitas dificuldades, pelo valor do Nacional. Eu sou o terceiro treinador esta época. Esta é uma equipa montada à pressa. Temos 12 jogadores de primeiro ano e não temos muitas soluções e qualidade. Sabemos que será muito complicado. Vou tentar melhorar e evitar a despromoção”.
Fonte: texto e foto Por João França em Jornal da Madeira
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