Carnaval de cartões em triunfo farense
A equipa da capital algarvia vinha motivada pelos recentes bons resultados, já os da casa, estavam pressionados pela tabela classificativa, logo, procuravam a obtenção de um bom resultado que lhes pudesse valer na fuga à despromoção. A primeira metade do jogo foi no entanto um autêntico deserto de ideias, mal jogada, com muitos passes errados, cruzamentos directamente pela linha de fundo e muita lentidão, tudo pouco condizente com um derbi. O mau estado do relvado apesar de contribuir não pode no entanto explicar tudo o que se passou, ou no caso que não se passou nos primeiros 45 minutos. Apenas por uma vez a bola rondou a baliza com real perigo. Pertenceu o lance a Markito, que na sequência de um livre directo atirou com a bola a tabelar na barreira e a encaminhar-se na direcção da baliza. Gonçalo mostrou ter uns rins em perfeitas condições e apesar de traído conseguiu evitar o primeiro golo do encontro com uma bela defesa.
A segunda parte iniciou-se com maior velocidade e o Farense a parecer disposto a alterar o rumo dos acontecimentos. Ao oitavo minuto da etapa complementar, Nascimento do lado direito tirava um cruzamento bem direccionado para a cabeça de Bruno que elevando-se superiorizou-se ao seu marcador directo e faria o primeiro golo do encontro. Pouco depois dava-se a primeira expulsão do encontro, Vila via o 2º cartão amarelo e ia para os balneários mais cedo perante a contestação do público local. O Quarteirense acusava o golo e a expulsão praticamente seguidas e o Farense em contra-ataque por 2 vezes desperdiçava o golo. Primeiro Norberto isolado rematava para uma boa defesa de Miguel, e de seguida Justo tanto tentou desviar do alcance do guarda-redes quarteirense que a bola acabou por sair ao lado do poste direito. A partir deste momento o Farense recuou um pouco no terreno, também fruto da pressão dos visitados, que tiveram já perto do final uma hipótese para igualar o marcador, num lance muito confuso em que Gonçalo não segurou a bola e esta no meio de muitas pernas acabou por ser afastada da linha de golo. Praticamente com o jogo a acabar e com os ânimos um pouco exaltados pela sequência de cartões mostrados pelo árbitro, um atleta da casa cometeria falta sobre Klébson e veria o segundo amarelo deixando assim a sua equipa reduzida a 9 unidades. Na cobrança da falta, Cannigia faria o segundo golo não dando qualquer hipótese a Miguel. Na sequência dos festejos, Cannigia que colocou a camisola sobre a cabeça veria também o cartão e a consequente expulsão. O jogo acabou pouco depois com muitos protestos, com a equipa do Farense e a equipa de arbitragem a terem de ficar retidos no relvado durante alguns minutos por não existirem condições de segurança necessárias para estes se encaminharem aos balneários.
Durante o jogo e por altura de uma substituição do Farense, o responsável do clube até levantar a placa das substituições demorou alguns instantes, perante a ira do público local que pensaria que este estaria a provocar perda de tempo, o árbitro anotou no seu bloco de notas o sucedido, talvez de forma a punir os visitantes monetáriamente. Cerca de 10 minutos depois foi a vez do responsável dos locais levantar a placa. Deparando-se com os mesmos problemas na construção dos números no placar que mostra o jogador a ser substituído, ouviu desta vez os adeptos farenses a protestarem pela mesma razão. O árbitro teve a mesma atitude, ao tomar notas no seu bloco, talvez pensando que os locais poderiam "queimar" tempo apesar de estarem em desvantagem. Pelos vistos seria mesmo o placar a estar com defeito, sendo obviamente o clube local , o responsável pela situação ocorrida.
Vitória importante do Farense, que perante os outros resultados viu a distância que o separa do 7º classificado aumentar para 7 pontos, permitindo assim ter uma maior tranquilidade para nestas jornadas finais da 1ª fase, tentar aproximar-se dos lugares cimeiros.
Fotos de José Luís Silva
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