Venda do Estádio de São Luís pode avançar
Sócios do Farense decidiram por maioria
Uma larga maioria de associados do Farense abriu, terça-feira à noite, em Assembleia Geral (AG), o caminho para a venda do Estádio de São Luís – um negócio com o qual se pretende saldar as dívidas do clube, que rondam os 10 milhões de euros, e viabilizar o seu futuro.
Na reunião magna, mais de 100 sócios – estavam presentes cerca de centena e meia – aprovaram a constituição de uma comissão, de cinco pessoas, mandatada para promover a venda do recinto, pagar as dívidas e entregar o remanescente ao clube.
Essa comissão integra os presidentes da direcção, Gomes Ferreira, Assembleia Geral, João Pedro Carvalho, e Conselho Fiscal e Contencioso, Carlos Ataíde, o revisor oficial de contas da Farense SAD, Miguel Galvão, e o ex-dirigente Aníbal Guerreiro.
Antes, os associados aprovaram, por unanimidade, um ponto fulcral: a alteração das escrituras de cedência e doação dos terrenos onde está implantado o estádio, o edifício-sede e o ginásio, por parte da Câmara Municipal de Faro, as quais impossibilitavam a sua afectação para fins de urbanização e construção.
Segundo o que estava estipulado pelas escrituras, se o clube afectasse os terrenos para outros fins que não os desportivos, aqueles revertiam automaticamente a favor da autarquia farense, cláusula que, com a votação dos associados, será extinta.
No entanto, esta alteração às escrituras terá também de ser aprovada na Assembleia Municipal de Faro – que será aprazada “para momento oportuno”, disse o presidente da autarquia, José Apolinário, presente na AG realizada na sede do clube.
Além disso, confirmou o presidente do clube, Gomes Ferreira, o Farense assinará ainda, brevemente, com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), um acordo no âmbito do Processo Extrajudicial de Conciliação (PEC), que lhe permitirá o pagamento faseado das suas dívidas à Segurança Social e Fazenda Pública.
Depois da assinatura da acta final desse acordo, o Farense fica obrigado a pagar a sua primeira prestação até ao final do mês seguinte. “A venda do Estádio de São Luís terá de ser efectuada nesse espaço de tempo”, frisou Gomes Ferreira.
35 mil metros quadrados
O responsável acentuou que o edifício-sede e o ginásio “não devem estar envolvidos” no negócio, ao contrário das garagens e pavilhões acessórios, que, em conjunto com o estádio, perfazem uma volumetria total de 35 mil metros quadrados.
A perspectiva do dirigente passa por vender o estádio por um valor superior a dez milhões de euros. “Contamos realizar um encaixe suficiente para pagar as dívidas globais, cujo valor ronda os 10 milhões de euros, e viabilizar o futuro do clube.”
Instado a comentar a propalada existência de eventuais compradores, Gomes Ferreira foi explícito na resposta: “Comigo, ninguém falou! Vamos ter um processo claro e límpido, com regras bem definidas”, assegurou.
De acordo com o que foi aprovado pelos associados, a comissão promoverá a venda daqueles bens imóveis por “meio de leilão, venda em carta fechada ou regime misto dos dois anteriores”.
O máximo responsável da direcção do clube – cujo mandato dos órgãos sociais, aliás, terminou em meados de 2006, tendo-se mantido em funções devido ao acordo com o IAPMEI – anunciou eleições para Abril e afirmou não se perfilar como candidato: “Já dei tudo o que tinha a dar ao clube, é preciso ‘sangue’ novo.”
Notícia de http://www.regiao-sul.pt/
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