Haja coração que aguente tamanho desperdício!

O Farense chegou a Monte Gordo sabendo que durante esta tarde poderia dizer adeus à subida de divisão, caso não vencesse, ou o Cova da Piedade vencesse o seu jogo. Com algumas novidades no onze inicial, o pouco utilizado Caras, habitualmente utilizado a lateral esquerdo, hoje na meia esquerda revelou-se o jogador mais influente na primeira parte do encontro, sempre bem servido por Luís Afonso, também em bom plano, e fazendo boas triangulações com Alemão e Cannigia. Com praticamente todo jogo atacante do Farense a passar pelos seus pés, foi dos mais irrequietos na zona atacante desperdiçando o primeiro lance de golo, de resto seria o início de uma tarde de sonho para o guarda-redes da casa. Pouco depois o mesmo Caras atiraria ao lado do poste num cabeceamento em que deu a ilusão de golo. De seguida Alemão, correspondia também de cabeça a um bom cruzamento de Cannigia, a bola saíu junto do poste quando podia ter feito mais. Com uma entrada fulgurante no jogo, esperava-se o golo do Farense e pouco depois do quarto de hora, Alemão servia com qualidade Róró, este em velocidade já dentro da área atiraria a contar, inaugurando o marcador. Era o resultado lógico da pressão farense, resultado mais que justo. Só cerca da meia hora de jogo, o Beira-Mar remataria pela primeira vez à baliza do Farense, Barão rematou à figura de Gonçalo. Nos minutos finais da primeira parte o jogou perdeu velocidade, devido às lesões dos atletas da casa pelo que chegaríamos ao intervalo com a vantagem mínima para os visitantes.
Ao intervalo já se sabia que a equipa nos Pescadores vencia na Cova da Piedade o que de certa forma fazia sonhar os adeptos do clube da capital. A segunda parte iniciou-se na mesma toada com o Farense a dominar e Tota a impedir a todo custo o 2º golo. Com o avançar do cronómetro começaram a existir algumas picardias entre jogadores das duas equipas e consequentemente algumas provocações aos adeptos farenses. O nervosismo começou a aumentar pelo facto de não surgir o golo da tranquilidade e após um lance em que Álvaro e um atleta da equipa da casa se enrolaram, o atleta da casa acabou por embater no banco de suplentes e depois a tentou tirar de esforço do jovem farense. Houveram empurrões, tentativas de agressão, adeptos do Beira-Mar a entrarem em campo para tentarem agredir jogadores do Farense, e o árbitro Pedro Silva, qual paz de alma, a resolver-se pelo cartão amarelo aos 2 atletas. Pouco depois surgiria o golo, de todo injusto pelo que as equipas tinham feito no jogo.
Com 5 minutos para jogar Paulinho, entrado pouco antes do golo do empate para o lugar do esgotado Bruno, atiraria de fora da área para a defesa da tarde por parte do guarda-redes da casa, a bola levava a direcção do ângulo da baliza. Começaram as tentativas de queimar alguns segundos por parte de alguns jogadores da casa e não só. Num remate ao lado da baliza por parte do Farense, quando a bola deveria ter sido reposta, um dos apanha-bolas apanhou a bola e afastou-se da baliza do Beira-mar para onde deveria repô-la, recusando-se a devolver a bola e provocando os adeptos do Farense que tinha uma barreira a separá-los. Foi a gota de água para os adeptos que tentaram responder chegando no momento as forças de segurança na posse dos bastões agredindo quem se encontrava na zona. Nos minutos finais Álvaro ainda remataria ao poste naquela que seria a última situação do jogo.
Esperou-se cerca de 10 minutos pelo término do Cova da Piedade-Pescadores, para se saber o resultado (caso o Cova da Piedade chegasse ao empate subiria de divisão). Algumas dúvidas dos adeptos foram surgindo após o término do outro jogo e após leitura do regulamento de provas oficiais da FPF, e da respectiva alteração no comunicado de 2007, chega-se à conclusão que o Farense para conseguir a subida de divisão terá de garantir a vitória no próximo Domingo, seja por que resultado for.
Boa exibição da equipa, talvez a melhor desta fase de subida, com muito boa atitude por parte dos atletas que tiveram infelicidade. O facto curioso é que, se o Farense tivesse vencido esta tarde, a situação em que se encontraria seria exactamente a mesma relativamente ao próximo jogo.
REGULAMENTO DAS PROVAS OFICIAIS DE FUTEBOL DE ONZE
CAPÍTULO II
102 - Classificação e Desempates
A classificação geral dos Clubes, que, no final das fases ou das provas
a) O número de pontos alcançados pelos Clubes empatados, no jogo ou
jogos que entre si realizaram; [No caso da vitória do Farense ficam empatados, cada uma vencendo um jogo, logo passa a valer a alínea seguinte]
b) A diferença entre o número de golos marcados e o número de golos
sofridos pelos clubes empatados, nos jogos que realizaram entre si [ Se o Farense vencer por 1 golo, passa-se à alínea seguinte, caso vença por mais do que 1 golo o desempate é favorável ao Farense]
c) A maior diferença entre o número de golos marcados e o número de
golos sofridos pelos clubes empatados, nos jogos realizados na
prova ou fase de prova; [O Farense tem vantagem na diferença de golos na Fase de subida, por isso não passará desta alínea a forma de desempatar as 2 equipas]
d) O maior número de vitórias na prova ou fase de prova;
e) O maior número de golos marcados na prova ou fase de prova;
f) O menor número de golos sofridos na prova ou fase de prova.
Fotos por José Luís Silva
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